segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Derrota


Pensei em começar o post, questionando se você já sentiu essa dor... Para que, não é mesmo!? Isso não amenizaria em nada essa sensação de que caminhei por um longo período, para nada...
...essa sensação de que tudo o que fiz foi em vão...
...essa certeza de que não poderei continuar à tentar.

Eu fico sozinho, eu olho para os lados buscando ajuda mas... Mas eu sei que não tenho como evitar... Eu não sei mais o que me esperar... Não sei como vai ser nem como eu serei.
Não sei quais serão os novos trajetos, como serão as novas paredes nem qual será a nova vista da nova janela. 

Pela primeira vez, eu não sinto esperança dentro de mim. Duro dizer isso, não é mesmo? Mais duro ainda, é assumir isso para si, mais do que assumir para os outros.
Se a única coisa em que eu me segurava, me foi tirada, o que eu faço agora?

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Acalento
Depois de quase oito meses na nova cidade,já era hora de de estar "lá-r". Neologismo? Sim, mas pode chamar também de tocadilho. Eu aceito o termo. Lá-r, é onde me encontro comigo mesmo. A espera no aeroporto, o entrar a bordo do mesmo. Olhar para o lado e ver a paisagem passar, cada vez mais rápido, até se tornar apenas branco. Um grande, enorme e imenso tapete branco que, para mim, parecia ser maior que para qualquer outra pessoa pois, apesar das nuvens, havia uma saudade que deveria ir diminuindo, mas não... Ela estava fazendo questão de me lembrar que seria por poucos dias. Fazendo questão de me lembrar que, agora, pertenço à aquela paisagem de antes do tapete grande, enorme e imenso. Mesmo assim que queria chegar Lá-r. Eu queria estar Lá-r. Com tudo e todos que tenho o direito. Lá-r, é onde respiro, corro, danço, tomo banho de chuva, saio sem pentear o cabelo. Esperei meus olhos castanhos e intensos, que fazem par com um dos maiores sorrisos que conheço... Não os encontrei. Um descuido, meu, um erro, meu, fez com que o desencontro acontecesse. Esperar me dói... Sozinho, me corta. Entro no ônibus para a segunda parte do trajeto. Essa parte já não me era novidade mas, para minha surpresa, nunca foi tão rápido. Parecia que eu havia despistado a saudade ou que ela havia, de propósito, me dado um espaço. As imagens familiares, tão diferentes daqui, os sons e, por fim, os rostos. Dois rostos conhecidos, com olhares de ansiedade e acalento, me esperavam. Como foi bom saber que se fecharam naquele abraço. Como me aliviaram aqueles dois pares de olhos castanhos. Lá-r, é onde não me importo se a roupa não está perfeitamente passada, não me importo em acordar cedo sem despertador. A imagem de Lá-r, o cheirinho da grama molhada pelo sereno, o friozinho gostoso. Cada objeto em seu devido lugar, como me lembro ser, como tem de ser. Quando olhei para a escada, um batalhão de lembranças veio descendo, fazendo a maior bagunça, me trazendo sorriso de alívio. Sensação de aconchego. Os dias se passaram que nem percebi. Com direito a cheirinho de café com pão queijo, com gosto de doces caseiros do papai, com sons de gargalhadas sinceras e gostosas. Algumas coisas mudaram e decidi me adaptar. Mudaram para melhor e não seria eu o responsável por atrapalhar o atual andamento das coisas Lá-r. Tudo tão perfeito. Lá-r, é o lugar em que meu coração se permite falar, mais que nunca. A volta? A volta fica para depois. Quero curtir mais um pouco cada lembrança que estou revivendo agora e deixar cada lágrima seguir seu curso.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bloco do Eu Comigo Mesmo.



Todos estão lá fora, se divertindo. Estão felizes... Parecem felizes... Torço para que estejam e para que continuem.
Eu...? Eu estou aqui, sentado na cama, pernas cruzadas, braços apoiados nas pernas para poder digitar sobre esse vazio de carnaval. Sobre esse vazio no carnaval.
Se do lado de fora é folia, aqui dentro as coisas andam acontecendo de uma maneira diferente.

As cores que visto são as do pijama e da roupa de cama.
Meu local de farra é cercado por quatro paredes que me protegem, de alguma maneira, e me oferece tudo o que tenho precisado: travesseiro, um amigo.
As músicas que ouço são as que selecionei para a playlist intensa que desperta, que revive pensamentos e sensações.
A máscara...? A máscara eu sempre carrego. De vez em quando é necessário.

O mais engraçado é a certeza de que, pela primeira vez, em anos, não me importo de estar fechado aqui dentro, assim como também não me importo que aqui dentro esteja fechado.

Pensando no meu sorriso sincero, digo que ele se recolheu... Esperamos juntos tudo isso passar e não, agora eu não estou falando dos confetes e som de samba enredo... Agora falo sobre o tempo e o que tem me trazido.
Só queremos que passe...

Eu não sabia, mas dói guardar um sorriso por tanto tempo.
Está doendo.