segunda-feira, 2 de junho de 2014

EME


Um aplicativo.
Uma foto.
O interesse.
Um flerte sútil.
Um retorno positivo.
Uma conversa agradável que foi ganhando força,
Um rosto. Olhos grandes. Nariz charmosamente tortinho.
Uma vontade... A de conhecer seu abraço...
Encontro marcado. Interfone. Campainha. Abrir a porta e ver um rosto lindo. Encontro do olhos, que logo se fecharam. Duas bocas num silêncio que falava mais que qualquer palavra.
Encontros diários. Contato aumentando. Sentimento surgindo e crescendo,
Um pedido lindo. Um "sim" como resposta.
Uma balada. Ciúmes da sua parte. Três palavras formando uma frase linda, Um sorriso longo e bobo anunciou a resposta.
Nossa música tocou. Parecia até combinado. Dançamos... Dançamos abraçados como se o mundo fosse nosso. Como se não houvesse ninguém perto.
Um poema lindo, seu, para mim.
Declarações... Muitas... Constantemente...
Tantos sorrisos. Tantos planos. Tanta felicidade espalhada por onde passamos.
Escolhidos o casal mais bonito da orla em um dia comum, sem pretensão.

Tudo poderia continuar nessa linha.Poderia?
Talvez sim, talvez não... Vida real é assim mesmo.
A intensidade, te assustou.
A quebra de promessa, me feriu.
Sua dor, dói em mim. Minha dor eco no quarto vazio.

Entre toda a atual confusão, a certeza é o amor.
Eu te amo, mas amar também é olhar ao redor e ver qual é a necessidade do outro... Eu sempre soube do meu dom: assustar quem se aproxima de mais. Só posso agradecer por nosso amor e, se for o caso, pedir que me desculpe.

(esse post terá uma continuação)

domingo, 7 de abril de 2013

Um Grito Sufocado


Um lugar vazio.
Um lugar tão vazio que não se vê ninguém. Ninguém.
Sentir... Sempre da para sentir algo mas, dessa vez, não é algo que vem de dentro, como um sentimento. Dessa vez, é uma presença.

Um lugar escuro.
Um lugar tão escuro que não é possível discernir as formas das mãos que taparam a boca. Que seguraram. Que apertaram e sufocaram ao mesmo tempo. As mãos que mandaram ficar em silêncio absoluto. Por vezes o estômago se contorceu, levando o corpo junto. Dos cantos dos olhos correram lágrimas que molharam as tais mãos, mas não surtiram efeito algum. Resistir! Mas resistir a que? Resistir a quem? O medo já venceu e quando isso acontece, pensar fica difícil e agir então, não é nada consciente.

- SOC... SOCORR... SOCORRO! POR... POR QUE... COMIGO? – As únicas palavras possíveis de se entender entre os soluços engasgados.

O grito saiu abafado mas saiu e, num instante muito rápido, tudo se aquietou. O instante durou tempo suficiente para tomar fôlego e uma pequena luz aparecer. Durou tempo suficiente para ver marcas diante dos olhos assustados e molhados. Marcas que iam de encontro ao rosto, de encontro ao coração e ao estômago. Mais uma vez, o corpo se contorce e cai.

A luz fica mais forte e tudo o que fica são as marcas... Marcas trazidas até ali. Marcas criadas ali. Marcas deixadas ali para serem recolhidas e carregadas. Sim, carregadas. Elas não podem ser deixadas... Ignoradas ou simplesmente esquecidas. Quando se tem muita luz acontece algo como quando não se tem nenhuma: fica difícil enxergar, por consequência, fica difícil sair do lugar. Mesmo assim, é preciso, foi preciso sair dali, correr dali. Não pergunte para onde, pois essa resposta ainda não existe mas assim que descobrir, eu te conto.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Derrota


Pensei em começar o post, questionando se você já sentiu essa dor... Para que, não é mesmo!? Isso não amenizaria em nada essa sensação de que caminhei por um longo período, para nada...
...essa sensação de que tudo o que fiz foi em vão...
...essa certeza de que não poderei continuar à tentar.

Eu fico sozinho, eu olho para os lados buscando ajuda mas... Mas eu sei que não tenho como evitar... Eu não sei mais o que me esperar... Não sei como vai ser nem como eu serei.
Não sei quais serão os novos trajetos, como serão as novas paredes nem qual será a nova vista da nova janela. 

Pela primeira vez, eu não sinto esperança dentro de mim. Duro dizer isso, não é mesmo? Mais duro ainda, é assumir isso para si, mais do que assumir para os outros.
Se a única coisa em que eu me segurava, me foi tirada, o que eu faço agora?

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Acalento
Depois de quase oito meses na nova cidade,já era hora de de estar "lá-r". Neologismo? Sim, mas pode chamar também de tocadilho. Eu aceito o termo. Lá-r, é onde me encontro comigo mesmo. A espera no aeroporto, o entrar a bordo do mesmo. Olhar para o lado e ver a paisagem passar, cada vez mais rápido, até se tornar apenas branco. Um grande, enorme e imenso tapete branco que, para mim, parecia ser maior que para qualquer outra pessoa pois, apesar das nuvens, havia uma saudade que deveria ir diminuindo, mas não... Ela estava fazendo questão de me lembrar que seria por poucos dias. Fazendo questão de me lembrar que, agora, pertenço à aquela paisagem de antes do tapete grande, enorme e imenso. Mesmo assim que queria chegar Lá-r. Eu queria estar Lá-r. Com tudo e todos que tenho o direito. Lá-r, é onde respiro, corro, danço, tomo banho de chuva, saio sem pentear o cabelo. Esperei meus olhos castanhos e intensos, que fazem par com um dos maiores sorrisos que conheço... Não os encontrei. Um descuido, meu, um erro, meu, fez com que o desencontro acontecesse. Esperar me dói... Sozinho, me corta. Entro no ônibus para a segunda parte do trajeto. Essa parte já não me era novidade mas, para minha surpresa, nunca foi tão rápido. Parecia que eu havia despistado a saudade ou que ela havia, de propósito, me dado um espaço. As imagens familiares, tão diferentes daqui, os sons e, por fim, os rostos. Dois rostos conhecidos, com olhares de ansiedade e acalento, me esperavam. Como foi bom saber que se fecharam naquele abraço. Como me aliviaram aqueles dois pares de olhos castanhos. Lá-r, é onde não me importo se a roupa não está perfeitamente passada, não me importo em acordar cedo sem despertador. A imagem de Lá-r, o cheirinho da grama molhada pelo sereno, o friozinho gostoso. Cada objeto em seu devido lugar, como me lembro ser, como tem de ser. Quando olhei para a escada, um batalhão de lembranças veio descendo, fazendo a maior bagunça, me trazendo sorriso de alívio. Sensação de aconchego. Os dias se passaram que nem percebi. Com direito a cheirinho de café com pão queijo, com gosto de doces caseiros do papai, com sons de gargalhadas sinceras e gostosas. Algumas coisas mudaram e decidi me adaptar. Mudaram para melhor e não seria eu o responsável por atrapalhar o atual andamento das coisas Lá-r. Tudo tão perfeito. Lá-r, é o lugar em que meu coração se permite falar, mais que nunca. A volta? A volta fica para depois. Quero curtir mais um pouco cada lembrança que estou revivendo agora e deixar cada lágrima seguir seu curso.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Bloco do Eu Comigo Mesmo.



Todos estão lá fora, se divertindo. Estão felizes... Parecem felizes... Torço para que estejam e para que continuem.
Eu...? Eu estou aqui, sentado na cama, pernas cruzadas, braços apoiados nas pernas para poder digitar sobre esse vazio de carnaval. Sobre esse vazio no carnaval.
Se do lado de fora é folia, aqui dentro as coisas andam acontecendo de uma maneira diferente.

As cores que visto são as do pijama e da roupa de cama.
Meu local de farra é cercado por quatro paredes que me protegem, de alguma maneira, e me oferece tudo o que tenho precisado: travesseiro, um amigo.
As músicas que ouço são as que selecionei para a playlist intensa que desperta, que revive pensamentos e sensações.
A máscara...? A máscara eu sempre carrego. De vez em quando é necessário.

O mais engraçado é a certeza de que, pela primeira vez, em anos, não me importo de estar fechado aqui dentro, assim como também não me importo que aqui dentro esteja fechado.

Pensando no meu sorriso sincero, digo que ele se recolheu... Esperamos juntos tudo isso passar e não, agora eu não estou falando dos confetes e som de samba enredo... Agora falo sobre o tempo e o que tem me trazido.
Só queremos que passe...

Eu não sabia, mas dói guardar um sorriso por tanto tempo.
Está doendo.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um abraço que rejeito



Não quero sua companhia!
Seu abraço é gelado... Forte, ao ponto de me machucar.
O que quero é simples: calor!
Quero o calor de um corpo contra o meu, envolvendo o meu, querendo o meu, protegendo o meu...
...Calor causado pelo amor!

Sinto falta de olhar para o céu e ver estrelas...
Sinto falta de cheirar uma flor e sentir seu perfume...
Sinto falta de andar descalço na areia e perceber o quanto ela é fofa...

Por que você está aqui? Por que tinha que voltar? Já nos conhecemos, já estivemos juntos mas não quero você por perto... Pensei ter sido claro quando eu disse querer ser feliz!
Apenas se afaste de mim. Não olhe para trás pois me verá te ignorando e, depois disso, não me ouça, não me busque com seus olhos, não tente me tocar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Meu ódio é para você!



Ódio! Ódio! Ódio!

De verdade, nunca pensei que fosse tão prazeroso sentir isso... Nunca pensei que fosse tão prazeroso pronunciar essa palavra. Uma pena não poder gritar agora! Agora... Pois na hora certa, grito, xingo, bato, esmurro, cuspo na sua cara.

Todo o repúdio que me afasta de você, vai se transformar em força física e, realmente, não vou querer te soltar. Não vou querer perder contato com tua pela, com teu sangue. Quero sua cabeça!

Ódio consome, cresce, toma conta de cada pedaço meu! Me torna maior, mais criativo, cínico, venenoso. Preparar-se será em vão, pois vai doer do mesmo jeito!
Odeio cada pequena coisa a seu respeito!
Voz, sorriso, cabelo, expressão facial, corpo, roupas, cheiro já esqueci mas odeio só por ser seu.
Pelo seu bem: não se aproxime!
Pelo seu bem: não pense em mim! Até isso vai doer em você. Faço questão!

Escrevi diante de um acesso... De ódio!
Coma cabeça no lugar, ele ainda existe mas abre espaço para um companheiro a altura: meu cinismo.
Meu cinismo é ara você!

Cada um destes momentos terá seu momento de ação... Começo com este último. Sei o quanto fere... Sei o quanto te fere!